

O LIVRE-ARBÍTRIO
NA ERA DO BIG DATA

Se bem levarmos a sério o que disse um dia Deleuze, afinal, não somos pessoas, somos acontecimentos; nada daquilo que de nós se produz como desejo pode ser capturado em dimensões estanques de individuação, consciência, autonomia, racionalidade ou liberdade, tão cara aos sentidos antropocêntricos mofados de alguns liberalismos (e socialismos) destinados a adornar as assépticas lições jurídicas e alçar a fiabilidade estatal etnocêntrica como esteio de salvação.”
Prof. Augusto Jobim do Amaral.
Nova obra de André Perin Schmidt Neto
“Inquietude de saber que nos ensina a não sermos passivos, tal como gostariam clientes consumidores, aqueles que o professor André sabe tão bem identificar. Nossa responsabilidade como “intelectuais” passa por aí.
Menos obediência e mais criatividade, mesmo que ao preço de eventuais desencontros. Mas viver, sim, a criatividade como ordem disruptiva e não como instrumento de rentabilidade; como geradora de um potencial de invenção dentro de um sistema que premia tal ímpeto como capital.
Assim enxergo o empenho e o trabalho deste livro: como materialização de uma prática fundamental de criação – em área tão anêmica de reflexão crítica que, em larga medida, resume-se a requentar o sabido e a chancelar o estado de coisas, senão com pequenas reformas – sobre um tema caríssimo ao autor que, afinal, coloca a si mesmo como experimento de transformação. Nada mais genuíno e magnífico.
Disponível para compra em formato físico ou E-book na plataforma online da Tirant
Lo Blanch.



tudo sobre como
foi evento
O evento teve como objetivo discutir quando há um ato livre. Como dito na conclusão do livro a ser lançado no evento: “Baseados na memória e nas informações disponíveis, imaginamos possíveis futuros a cada reação, determinando nossos pensamentos e movimentos. Quanto mais dados na memória e capacidade de processamento das informações sobre eventos similares anteriores se tiver, mais correta será a previsão acerca das características do evento futuro e suas consequências.
O desconhecimento sobre as reações de algo provoca medo e curiosidade, enquanto o excesso de conhecimento permite a manipulação. A liberdade consiste, ao final, na possibilidade de ser imprevisível, evitando o controle. Mesmo que se questione a viabilidade de uma decisão sem influências externas, ser livre é não obedecer, consciente ou inconscientemente, a outra consciência.
A liberdade de escolha oriunda de uma vontade interna, não provocada, é posta à prova na sociedade da informação em que meios tecnológicos tornam possível a coleta e processamento de dados de forma muito mais apurada que o próprio cérebro humano. Tal permite, hoje, a previsão e controle, pelos agentes econômicos/mercado, sobre indivíduos cujo comportamento é antevisto, levando-se em conta seus movimentos anteriores, estes apreendidos em um perfil algorítmico único para cada pessoa. Dispondo deste perfil pormenorizado, que leva em conta cada passo do sujeito nas redes, é possível antever seus passos futuros e, com isso, manipulá-los.
Afinal, tudo o que é significativamente previsível é facilmente manipulável por quem detém e processa informações capazes de antecipar movimentos e, assim, provocar decisões, não de maneira cogente, mas de modo a induzir, dando a impressão de que houve uma escolha livre.”
A temática é de extrema relevância por apontar os riscos e desafios que o Big Data e o comércio eletrônico apresentam na sociedade da informação. Os atos de consumo são cada vez mais induzidos por práticas comerciais que levam em conta perfis algorítmicos personalizados o que gera um manipulação massiva dada a previsibilidade do comportamento humano diante do processador de dados da rede mundial de dados.
Apoio





palestrantes

Professor de Direito da UFRGS. Pós-doutor pela Universidade de Salerno/ Itália.

Professor de pós-graduação em Filosofia, em Direito e em Ciências Criminais da PUCRS. Pós-doutor pela Universidade de Tübingen/Alemanha.

Professora de Direito de pós-graduação da UFRGS. Pós-doutora pela Universidade de Heidelberg / Alemanha.

Professor de pós-graduação em Ciências Criminais e em Filosofia da PUCRS. Pós-doutor pela Universidade de Padova / Itália.

Professor da Escola de Direito da PUCRS. Doutor em Filosofia e doutorando em Ciências Criminais pela PUCRS.
Programação
PAINEL I
Transmitido em 13/04/21 às 9h
Claudia Lima Marques
Autonomia do consumidor e a atualização do CDC



Draiton Gonzaga de Souza
Pessoa e liberdade na Era do Big Data
André Perin Schmidt Neto
Liberdade de escolha e capitalismo de vigilância
PAINEL II
Transmitido em 13/04/21 às 19h30
André Perin Schmidt Neto
Livre-arbítrio como axioma e seu declínio na sociedade da informação
Gustavo Oliveira de Lima Pereira
A algoritimia do sofrimento: política como objeto de consumo



Augusto Jobim do Amaral
A vida algorítmica: inteligência artificial e crítica da razão numérica
CONTATO
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ANDRÉ PERIN SCHMIDT NETO
AUTOR E PROFESSOR DIREITO URFGS
PÓS-DOUTOR EM SALERNO/ITÁLIA
Pós-doutor em Direito pela Università degli Studi di Salerno/Itália e em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Doutor e Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, especialista em Direito do Consumidor e Direitos Fundamentais pela mesma universidade. Atualmente é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), professor da Pós-Graduação Lato Sensu em diversas universidades, bem como autor de livros e artigos jurídicos.